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Diretor: Paulo Menano

OPINIÃO: O MEDO – FILHO DA TREVA


No artigo de hoje, decidi partilhar um tema que muito tem penalizado a humanidade, que vai obstaculizando o empreendedorismo individual e que, ao longo da história da humanidade, tem estigmatizado milhões de homens e mulheres em todos os sectores da sociedade. É o medo que intimida e emperra a arte criadora e empreendedora do homem.

O mundo no planeta terra, na presente data, está pulverizado de medo, apavorado, incerto e inseguro.

O medo de perigos reais e o medo de perigos fictícios. É este medo que pretendo tratar neste artigo.

Retiraremos alguma vantagem do simples facto de termos medo?

O medo é um desconforto psicológico, uma dependência emocional em relação a alguma coisa, a lugares ou a pessoas.

A ideia de algo que seja destruidor ou que se pode perder, que ameace a segurança ou a vida das pessoas, ativa no cérebro do homem compostos químicos que produzem o medo: você sabe qual é o seu desígnio e a sua vontade mas fica parado porque tem medo, por exemplo.

“nossas dúvidas são traidoras e fazem-nos perder o que, com frequência poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar” – William Shakespeare -.

Como Charles Chaplin: “A vida é maravilhosa se não tens medo dela”.

O medo a que me reporto nos parágrafos que antecedem é o mesmo medo que nos foi incutido através dos livros de história e de banda desenhada (nem toda), o mesmo medo da divindade severa pelos nossos comportamentos éticos e morais que nos foi induzido pelos clássicos catecismos, o medo que nos foi arremessado na infância quando nos diziam “se não te portas bem vais para a tropa” ou “ se não te portas bem vem a policia”, o medo dos desafios da sociedade competitiva e de maiores exigências profissionais e tecnológicas, o medo de um cataclismo ou de uma tragédia, o medo da guerra, o medo pobreza ou da falta de emprego, o medo de não ter dinheiro para pagar a prestação a uma entidade bancária, o medo de arriscar num novo negócio, o medo da morte ou o medo de perder aquele amor.

O medo que nos foi incutido nos livros de história é o mesmo medo que gentil e diariamente nos é “servido à mesa” pelos principais órgãos de comunicação social escrita e respetivas cadeias de televisão, que nos arremessam medo como se de rosas se tratasse. Nos últimos dias os títulos de artigos vários de órgãos de comunicação social foram os seguintes:

. “ A Peste do Medo” – Jornal Público – 14 de Março de 2020;

. “Pandemia do novo Coronavírus gera misto de pânico e medo” – Entrelivros – 14 de Março de 2020;

. “O Medo” – Jornal Público 15 de Março de 2020;

. “O Vírus do Medo já contaminou democracias” – Jornal Público -, 15 de Março de 2020;

. “Internacional português em Itália confessa: a situação piorou e estou com medo” – Jornal O Jogo -, 16 de Março de 2020;

. “A emergência contra o medo” – Jornal de Negócios -, 18 de Março de 2020;

. “Proteger as crianças do Medo” – Jornal Observador -, 18 de Março de 2020;

. “Medo e ansiedade com a crise do coronavírus – El País Brasil – 14 de Março de 2020;

. “Sim, tenho medo deste vírus e depois?” – Patrícia Fernandes no Jornal Observador – 17 de Março de 2020;

. “ A banalização do medo” – Jornal Público – 18 de Março de 2020;

. “ Estamos a confiar mais no Estado ou é o medo que nos faz obedecer? – Jornal Público – 19 de Março de 2020;

. “Médico galego sobre COVID19: Sinto medo” – Renascença – 17 de Março de 2020.

Neste conspecto, o medo é induzido diária e continuadamente pelos media, pelos governos das nações, pelas organizações terroristas e religiosas, pela sétima arte, pela nossa formação acadêmica, pela própria educação familiar, pelos jogos interativos e por tantos outros canais de comunicação. Sendo certo que o medo nos estorva, nos limita e circunscreve a uma pequena parte da nossa ambição e criatividade.

Nesta conformidade, o medo, representa uma força de bloqueio, um entrave psicológico às nossas realizações. Para tanto domina todas as outras emoções com uma carga negativa, dissemina desânimo, quebra de autoestima, ansiedade e stress.

Como escreveu Voltaire:”A esperança é um alimento da nossa alma, ao qual se mistura sempre o veneno do medo”.

Reiterando…, o medo é uma barreira psicológica (um desconforto) que nos impede de alcançar metas de felicidade, uma dependência emocional relacionada com os seus desejos pessoais, que parece confrontar-se com uma ameaça ou com um perigo. Mas a ameaça e o perigo podem existir ou não, subsistir ou desaparecer independentemente de haver ou não medo.

O medo não advém do perigo ou da ameaça.

O medo advém de nós, do nosso interior
Advém do pensamento e da ação do homem, que pode ser mais racional (mais cerebral) ou menos racional (mais empírica ou mais “instintiva”) e manifesta-se no plano físico porque para se sentir é necessário um corpo.

No mesmo sentido, o medo de coisas exteriores só pode manifestar-se interiormente na medida em que as fontes internas desse sentimento ressoem com elas. Se não existir esta correspondência interna nenhuma ameaça ou perigo externo pode causar desconforto psicológico.

O medo não vence o mal, seja este real ou que se nos aparenta. Nesse combate o elo mais forte será sempre o amor. Só o medo considera o amor uma utopia.

O medo só conhece o medo.

“O amor é sábio: conhece o medo e o amor, mas decide acreditar no amor”
O medo é filho da Treva e espalha angústia, obsta à luz, é sofrimento e escuridão.

A Fé, de onde espraia o amor, é Luz: segurança, autoconfiança e certeza.

Medo e Fé são assim faces opostas da mesma energia com frequências vibratórias diferentes.

Se o leitor focar no medo está a atrair as consequências temidas. Se na sua mente configurar o amor, a gratidão, a partilha, ou outras emoções de frequência mais elevada o medo desaparecerá.

A Fé remove o medo, mas para tanto você precisa de focar no positivo e de desprezar o negativo. Tem de se situar numa frequência vibratória mais elevada, menos densa do que a frequência do medo.

O que vence o mal é efetivamente a fé e o amor, embora muitos ainda tenham pouca fé e muito medo e como referiu Goya “o sono da razão gera monstros”.

Se decidirmos não ter medo …, não teremos medo, já que não faremos a previsão dos seus efeitos, não o vislumbraremos e desse modo daremos um grandioso contributo à nossa ação aqui na Terra. Nenhuma ameaça ou perigo nos criará desconforto psicológico ou emocional se formos capazes de escalpelizar e dissipar a ideia do medo.

“As coisas que nos assustam são em maior número do que as que efetivamente fazem mal e afligimo-nos mais pelas aparências do que pelos factos reais” – Séneca (ilustre Senador Romano).

É aconselhável que tome todas as suas decisões sem medo, porque no real o medo não existe, trata-se apenas de um espectro, de uma aventesma que foi arremessada ao homem.

Parafraseando Fernando Sabino, “Façamos da interrupção um caminho novo, da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sonho uma ponte, da procura um encontro!”

Então, pergunto-lhes amigos leitores, por que razão ter medo quando se pode ter fé?

Filhos do Universo e parte dele, somos cocriadores da nossa realidade e temos a capacidade e o poder para combater e dissipar a ideia de medo. Como ilustra Machado de Assis: “O medo é um preconceito dos nervos. E um preconceito desfaz-se – basta a simples reflexão”.

Ou como indica o seguinte mantra (que pode ser usado para atrair a força que vem do céu):

“A vitória que se alcança na guerra, não depende da grandeza do exército, mas do céu é que vem a fortaleza”
Com muita gratidão da nossa parte, fica prometida para breve uma nova reflexão com os caríssimos leitores.

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