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Diretor: Paulo Menano

Fontenário do Alpoim é o destaque do mês de agosto da campanha “Mangualde, o nosso Património”


Em agosto, a campanha «Mangualde, o nosso património!» destaca o Fontenário do Alpoim ou “Chafariz da Mesquitela”. Promovida pela autarquia, esta campanha tem como objetivo aproximar a população do património mangualdense do mais belo que existe no concelho. Com esta campanha todos ficam mais próximos do vasto esplendor patrimonial do concelho. Nesse sentido, continua a ser colocada, nos meios digitais do município, a informação sobre o monumento/património apresentado.

FONTENÁRIO DO ALPOIM OU “CHAFARIZ DA MESQUITELA”

O Fontenário de Alpoim, usando granito, não estivesse ele integrado na geografia da “Civilização do Granito”, é uma obra monumental.

Configura um amplo espaço rectangular, pelos muros erguidos lateralmente e pela fachada donde emerge a fonte. Esta, de sabor arquitectónico que remete para a centúria oitocentista, é limitada por pilastras que se encimam por cornija que converge, em curva, para o centro, terminando com pináculo. São duas as bicas que deitam água para a pia que lhe está adossada. Em cada lateral, um tanque com funcionalidades distintas: o da direita é lavadoiro público, o da esquerda terá servido para matar a sede aos animais, recebem a água por bicas idênticas às anteriores.

Encostado à Quinta de Alpoim, resguardado e ausente dos tempos actuais, encerra do passado memórias extintas, porque não escritas, mas imaginadas, como, magistralmente, nos conta Carlos Matos: “Hoje, dia solarengo, os lavadoiros estavam cheios de mulheres, que entre uma coscuvilhice e outra, lavavam os corpetes e as ceroulas dos seus patrões, aproveitando também para “lavar um pouco de roupa suja” com a vizinha do lado, sobre o caso da desavergonhada que não se dando ao respeito andava a tentar desencaminhar os “homens sérios”. As moças mais novas enchiam as púcaras de barro com água fresca e límpida, sabendo que os rapazes da vila, as espreitavam e esperavam para no regresso a casa lhes roubarem um beijito fugaz, e um ou outro pastor trazia o gado até ao tanque grande para lhes saciar a sede, enquanto eu sentado por ali perto, sentia as cores, os cheiros e os sons de toda aquela azáfama, que só os lavadoiros públicos podem dar, até que … o som de um carro que passava a alta velocidade por trás de mim, me traz de novo ao século XXI e à crua realidade! (…). Hoje denominado por Fontenário de Alpoim, rezam alguns documentos que teve o nome de “Chafariz da Mesquitela”.

Coordenadas geográficas: 40º 36.110’N; 7º 45.401’E

António Tavares, Gabinete de Gestão e Programação do Património Cultural da CMM

Foram já vários os bens patrimoniais destacados por esta campanha nos últimos anos. A título de exemplo, foram recentemente destacados o Santuário de Santa Luzia, em Freixiosa; a Casa de Darei, na aldeia de Darei, freguesia de Mangualde, a Igreja Matriz de Várzea de Tavares, a Calçada Romana de Mourilhe; a Igreja de São Pedro de Cunha Alta; e a Capela de São Sebastião, em Santiago de Cassurrães, a Alminha de Tabosa, a Capela de São Domingos de Vila Mendo, o Pontão da Amieira, em Quintela de Azurara, o Depósito da Cruz da Mata, a “Senhora da Graça, ou do Alqueve – Fortaleza de Deus?”, o Portal Quinhentista de Pinheiro de Tavares, as Estelas funerárias de Abrunhosa do Mato, o Chafariz da Cunha Baixa, o Pastel de Feijão, o Coreto da Senhora dos Verdes, Religiosidades e “Persistências… ou uma lição a aprender”.

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